A ousadia inovadora por trás da economia circular

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

A ousadia inovadora por trás da economia circular

Para conhecer melhor o conceito de economia circular e seus impactos para a construção a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o SindusCon-SP, com apoio do Senai, convidaram para uma palestra nesta quinta-feira (26)  o sócio-gerente da One Planet Architecture Institute, da Holanda, Douwe Jan Joustra.  Especialista reconhecido internacionalmente por desenvolver projetos de arquitetura sustentável, entre 2007 e 2010 Joustra coordenou em parceria com o governo holandês o programa ‘Cradle to Cradle’ (do berço ao berço), conceito que supõe o reaproveitamento integral dos materiais usados num processo industrial no início de um novo ciclo.
Com o objetivo de refletir sobre ações futuras para a indústria da construção usando o conceito da economia circular, Joustra apresentou os pilares desse conceito e o que é preciso para que funcione.  “A economia circular é inspirada pela natureza e pelo homem. Somos parte da natureza, mas tendemos a esquecer disso”, afirmou.
Segundo Joustra, o conceito é baseado em cinco pilares: novos paradigmas, sistemas vivos; combinação de produtos e serviços; repensar e redesenhar; e performance contracting. “Ouse repensar sua estrutura, seus processos, quebre paradigmas”, aconselhou.
Maturidade
Estimular o questionamento nos leva a utilizar os recursos naturais, que são finitos, de forma mais inteligente. E na construção o especialista acredita que o foco está mudando positivamente. “Primeiro vocês começaram com o foco na questão ambiental e já atingiram o nível da sustentabilidade. Agora, caminham para a maturidade, com foco na economia circular, priorizando a inovação e criação de valor, sendo eco-eficiente.”
Dados de um estudo da McKinsey, de 2012, indicam que dentro da União Europeia (UE) é possível obter uma economia de US$ 340 bilhões a US$ 630 bilhões por ano em custo material a partir da aplicação desses conceitos.
Questionado sobre em que momento ele considera que a economia circular poderá ser considerada uma realidade na construção civil, Joustra demonstra otimismo. “Acredito que isso ocorrerá em breve. Estamos em uma nova era, temos novas tecnologias e isso pode avançar mais rápido do que prevemos”, disse, ao destacar que é possível construir mais rápido e com qualidade para o usuário a partir da economia circular.
O especialista ressaltou que embora não pareça, o tema é relativamente novo para os holandeses também. “O conceito de economia circular foi introduzido na Holanda em 2010. Em apenas cinco anos já conseguimos montar um grupo interessante que trabalha com isso e hoje 25% da população do país conhecem o conceito”, explicou.
Ele observou que a maior parte das empresas trabalha com sistemas centralizados, mas o momento aponta para sistemas cada vez mais descentralizados, com maior compartilhamento de ideais, projetos e equipamentos.
“É uma questão de mudar a nossa relação de posse. Hoje muitos se perguntam por que precisam ter um carro? Não seria mais fácil alugar um? Essa ideia está se disseminando no meio empresarial com o compartilhamento de maquinário, mesmo que seja com seus concorrentes”, afirmou. Como exemplo, Joustra citou duas experiências de sucesso nesse sentido: o sistema de carros elétricos compartilhados que funciona em Amsterdã (Car to Go) e a indústria de máquinas copiadoras.
Novo olhar
Representando o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, o gerente técnico do sindicato, Francesco Sirangelo, destacou na abertura do evento  a importância de se apresentar um novo olhar sobre o futuro do setor e gerar debates.  “A intenção é promovermos palestras como essa com uma frequência cada vez maior”.
Ao seu lado, participaram do evento o presidente da Comissão de Meio Ambiente da CBIC Nilson Sarti, e o analista de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sérgio Monforte – corealizadoras do evento.
Para Sarti, o Brasil tem tudo para sair na frente com relação à sustentabilidade e tem muito a contribuir nessa área. “Um exemplo do interesse no tema para o setor é que temos hoje aqui representantes de 10 estados na plateia”, afirmou.
Monforte, por sua vez, destacou que como modelo de negócios a economia circular faz sentido e a CNI tem grande interesse em disseminá-la.

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Especialista holandês Douwe Jan Joustra detalhou em palestra benefícios da economia circular Foto: Guilherme Kardel

 
 

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