Construcarta Conjuntura: PIB tem nova queda no terceiro trimestre

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Construcarta Conjuntura: PIB tem nova queda no terceiro trimestre

Segundo dados divulgados pelo IBGE, o PIB brasileiro recuou 0,8% no terceiro trimestre na comparação dessazonalizada com o trimestre imediatamente anterior. Com esse resultado, a baixa acumulada no ano chegou a 4% e, nos últimos quatro trimestres encerrados em setembro, a 4,4%.
Dessa forma o nível do PIB voltou aos patamares de meados de 2010. Em relação ao pico da série, atingido no primeiro trimestre de 2014, a queda acumulada chega a 7,7%. Considerando os anos de 2014 a 2016 (quatro trimestres encerrados em setembro), a queda do PIB foi de 3,4% ao ano em média.
Todos os três grandes setores tiveram retração frente ao trimestre anterior na série dessazonalizada. Agropecuária (-1,4%), indústria (-1,3%) e serviços (-0,6%) apresentaram recuo. Dentre os subsetores da economia, o PIB da construção registrou a terceira pior queda: -1,7% na mesma base de comparação (trimestre com trimestre anterior dessazonalizado). Os piores resultados ficaram por conta do setor de transporte (-2,6%) e da indústria de transformação (2,1%). No extremo oposto, registraram variações positiva a mineração (3,8%) e os serviços de informação (0,5%).
Sob a ótica da demanda agregada, o consumo das famílias caiu 0,6% e o consumo do governo, 0,3%. Exportações e importações também recuaram: 2,8% e 3,1%, respectivamente, em boa medida como resultado do nível mais baixo da taxa de câmbio que afetou os valores em reais desses componentes. A queda que mais se destacou foi a da formação de capital: 3,1% na mesma base de comparação. Esse resultado reverteu o desempenho positivo do trimestre anterior (0,5%), contrariando as expectativas de que o investimento pudesse, finalmente, iniciar uma trajetória de recuperação.
A queda da formação de capital trouxe a série para níveis semelhantes aos registrados em meados de 2009. Em relação ao pico da série, atingido em 2013, a queda acumulada chega a quase 30%.
Os resultados do terceiro trimestre permitem esboçar algumas conclusões:
– A expectativa, formada em finais do primeiro trimestre, de que a economia encontraria o “fundo do poço” antes do final do ano, foram frustradas;
– A atividade econômica segue em retração e não há indícios claros de que se recupere no último trimestre de 2016;
– Caso a queda de 0,8% se repita nos últimos três meses do ano corrente, o PIB chegaria ao final de 2016 cerca de 1% abaixo da média do ano. Essa seria a dimensão do “efeito-carregamento”. Ou seja, caso a atividade econômica permaneça estagnada durante todo o próximo ano nos níveis do último trimestre de 2016, o PIB de 2017 registraria queda de 1%;
– As condições para a recuperação da economia ainda carregam muitas incertezas, tanto no campo interno, sobretudo na dimensão política, quanto externo. Com tudo isso, o horizonte de recuperação foi afastado para meados de 2017;
Revisão da série trimestral
O IBGE também divulgou a revisão da série trimestral do PIB em razão da divulgação dos números definitivos do PIB anual de 2014.
No que se refere ao PIB de 2015, não houve alteração na taxa de variação anual, que permaneceu em -3,8%. Como regra, a revisão resultou em pequenos ajustes, tanto em termos dos três grandes setores quanto das componentes de demanda. A exceção foi a agropecuária, cuja variação no ano foi revista de 1,8% para 3,6%.
Esses resultados repercutiram sobre os resultados dos primeiros trimestres de 2016. Não houve alteração na taxa global de variação do PIB no primeiro trimestre. Já a do segundo trimestre foi revista de -3,8% para -3,6% na comparação com igual período de 2015. Dentre os grandes setores, o maior ajuste ocorreu na agropecuária por conta da mudança da base de comparação do ano anterior. Já dentre os componentes de demanda, merece atenção a revisão do resultado do consumo do governo. No primeiro trimestres, a variação desse componente passou de -1,4% para -0,8%. Já no segundo trimestre, de -2,2% para -0,5%, sempre na comparação com iguais trimestres de 2015.
Acesse o material completo aqui.

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