Construcarta Nível de Atividade – Sinal de melhora em abril?
Por Redação SindusCon-SP
Depois de duas quedas consecutivas, o Índice de Situação Atual (ISA) da Sondagem da Construção da FGV/IBRE registrou melhora em abril. O indicador capta a percepção dos empresários em relação aos negócios da empresa no momento presente, sendo um sinalizador importante da própria atividade. A movimentação de abril inverteu a dinâmica dos últimos meses, quando apenas as expectativas registraram melhora, ou seja, a percepção em relação à demanda futura vinha crescendo significativamente e a atividade ficando cada vez mais para trás.
Em abril o Índice de Expectativas (IE) teve uma pequena queda, que pode ser compreendida mais como uma acomodação do indicador do que como reversão de perspectivas setoriais. Assim, a questão fundamental que emerge da sondagem de abril é se a melhora do ISA representa uma inversão do cenário de contração expressiva da atividade.
Até fevereiro, todos os indicadores de atividade da construção continuaram a mostrar um cenário bastante crítico. A pesquisa do SindusCon-SP/FGV registrou queda de 14,1% do emprego com carteira nos dois primeiros meses em relação ao mesmo período de 2016. Os números do Caged mostraram que em março as demissões prosseguiram, o que leva ao um fechamento negativo do trimestre.
Nos dois primeiros meses do ano, o Indicador de Atividade das Empresas da Construção Civil (INACC) registrou queda de 11,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ou seja, a atividade formal seguiu indiscutivelmente em declínio.
Vale notar que o ritmo de queda tem se reduzido: no caso do emprego, as demissões dos dois primeiros meses totalizaram 15,4 mil trabalhadores, o que representa uma redução de mais de 40% em relação ao total de demitidos no ano passado. Em fevereiro de 2016, a queda do INACC alcançou 24% na comparação 12 meses.
Enfim, os indicadores de atividade não captaram nenhuma mudança de tendência, apenas de ritmo. Dessa forma, o resultado do ISA de abril é uma boa notícia em um quadro tão crítico. No entanto, ele apenas voltou ao patamar do início do ano passado, apontando um caminho longo de recuperação pela frente.