Construcarta Preços – Inflação baixa é reflexo da queda da demanda

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Construcarta Preços – Inflação baixa é reflexo da queda da demanda

O IPCA, índice oficial do regime de metas para a inflação, registrou variação de 0,14% em abril contra 0,25% em março e 0,61% em igual mês de 2016. Com esse resultado bastante baixo frente ao histórico recente, a inflação acumulada em doze meses ficou em 4,08%, a menor taxa nessa base de comparação desde meados de 2007. Vale lembrar que a meta oficial de inflação é de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O bom resultado da inflação em abril decorreu, sobretudo, do comportamento dos preços da energia elétrica e dos combustíveis, os quais recuaram 6,4% e 1,9%, respectivamente, frente ao mês anterior. No caso específico da energia elétrica, o recuo no valor das contas, apesar de expressivo, foi pontual, tendo ocorrido como forma de compensação por cobranças indevidas realizadas em 2016.
Em termos de tendência, o comportamento de algumas das categorias do IPCA é mais esclarecedor. A alta dos preços de alimentos ficou acima da média (0,58%). Mas outros itens como artigos de residência registraram deflação pelo segundo mês consecutivo. Já as despesas pessoais, que incluem diversos itens de serviços prestados às famílias, tiveram recuo na variação de preços, passando de 0,52% para 0,09% entre março e abril.
Padrão semelhante foi observado no caso do INPC, índice baseado no perfil de consumo das famílias de mais baixa renda (até cinco salários mínimos). Em abril, o indicador registrou alta de 0,08%, muito próximo da estabilidade. Com isso, a variação acumulada em doze meses ficou em 3,99%, abaixo dos 4,57% observados nos doze meses anteriores.
A intensidade do recuo inflacionário recente pode ser melhor visualizada no gráfico a seguir. Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, a variação acumulada do IPCA em doze meses caiu à metade, passando de 10,7% para 5,4%. Mais ainda, desde meados de 2009, o índice jamais havia voltado para o centro da meta oficial de 4,5%.
Apesar de serem boas notícias do ponto de vista do controle inflacionário, os números do IPCA também refletem a debilidade da demanda. Segundo o IBGE, o volume de vendas no varejo apresentou forte recuo em março. Na comparação dessazonalizada frente ao mês anterior, a queda foi de 1,9%. Em doze meses, a baixa acumulada passa de 5%. No conceito ampliado, que inclui veículos e peças, e materiais de construção, essas quedas foram de 2% e 7,1%, respectivamente.
Vistos em conjunto, os números relativos à inflação e à demanda abrem amplo espaço para novas reduções da taxa de juros básica pelo Banco Central.

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