ConstruCarta Preços – Inflação quase na meta

Em março a inflação medida pelo IPCA registrou variação de 0,25%. Com esse resultado, o índice oficial do regime de metas alcançou em doze meses, taxa de 4,57%, aproximando-se ainda mais do centro da meta do Banco Central, que é de 4,5%. No ano, o IPCA registra alta de 0,96%, abaixo da taxa acumulada de 2,62% observada no mesmo período de 2016, e que representa o menor resultado de primeiro trimestre desde o início do Plano Real, em 1994.
A principal contribuição para a variação positiva do índice veio do grupo Habitação (1,18%), que refletiu os aumentos das tarifas de energia elétrica e do preço do botijão de gás. O grupo Educação (0,95%), também contribuiu positivamente, mas registrou taxa inferior à observada em fevereiro. Em contrapartida, quatro grupos tiveram deflação no mês: Artigos de Residência (-0,29%); Vestuário (-0,12%), Transportes (-0,86%) e Comunicação (-0,63%).
Como se espera nova redução na taxa mensal, a inflação já deverá ficar abaixo da meta em abril. A contínua desaceleração do IPCA tem levado o mercado a revisar as projeções para 2017 e 2018. O relatório do Banco Central de 07 de abril apontou expectativas para o IPCA de 4,09% para 2017 e de 4,46% para 2018.
Por sua vez, a maior participação do grupo alimentação contribuiu para que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) tivesse aceleração, passando de 0,24% em fevereiro para 0,32% em março. No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses, o índice também diminuiu, registrando variação de 4,57%, ficando abaixo dos 4,69% registrados em fevereiro.
A pressão de baixa também tem alcançado o IGP-DI, que em março teve taxa negativa (-0,38%), passando a acumular no trimestre taxa de 0,12% e em 12 meses, de 4,41%. O resultado do mês refletiu a deflação do IPA (-0,78%), puxada pela queda dos preços do subgrupo materiais e componentes para a manufatura. Em 12 meses, o IPA apresenta variação de 4,14%.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação de 0,47% no mês e acumula alta de 4,55% em 12 meses.
O INCC passou de 0,65% em fevereiro para 0,16% em março e tem variação em 12 meses de 5,76%. Assim, ao contrário do ano passado, entre os componentes do IGP, o índice setorial é o que tem maior taxa acumulada em 12 meses, resultado que reflete ainda grande parte do aumento da mão de obra ocorrido em 2016. O componente mão de obra, com variação de 0,33% em março, tem taxa de 8,90% nos últimos 12 meses.