SindusCon-SP: Emprego na construção cai 1,18% em junho e setor perde 465 mil postos de trabalho em 12 meses

Enzo Bertolini

Por Enzo Bertolini

SindusCon-SP: Emprego na construção cai 1,18% em junho e setor perde 465 mil postos de trabalho em 12 meses

Em junho, a construção civil brasileira registrou queda de -1,18% no nível de emprego na comparação com maio – a 21ª queda consecutiva (desde outubro de 2014). Com o fechamento de 33,02 mil postos de trabalho, o saldo de trabalhadores ficou em 2,76 milhões.
Com o corte de 139,1 mil vagas no primeiro semestre de 2016, o saldo em 12 meses é de – 465 mil postos de trabalho. Desconsiderando efeitos sazonais*, o número de vagas fechadas em junho foi de 43,8 mil (-1,56%).
Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
O presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, observa que o nível de emprego na construção brasileira retrocedeu ao patamar registrado em 2009 e deverá cair ainda mais, se não forem adotadas medidas emergenciais para estimular a atividade do setor.
“O número de vagas fechadas na indústria da construção desde 2014 deverá ultrapassar 1,1 milhão até o final de 2016. Isto representa 30% do total de trabalhadores que o setor chegou a empregar antes da crise. Mas o setor voltará a empregar rapidamente se medidas urgentes destinadas à expansão da infraestrutura e à contratação de habitação popular forem tomadas, junto com o lançamento de novas concessões e Parcerias Público-Privadas. Este esforço precisa envolver tanto a União como os estados e os municípios”, afirma.
Segmentação
Por segmento, obras de instalação caiu 1,70% em junho na comparação com maio, seguido de imobiliário (-1,51%). No acumulado do ano, contra o mesmo período do ano anterior, o segmento imobiliário apresenta a maior queda (-17,89%).
A deterioração do mercado de trabalho afeta quase todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados foram observados no Nordeste (-1,51%) e Sudeste (-1,48%). Apenas o Centro-Oeste apresentou alta (0,12%).
 
tabela 1
 
Estado de São Paulo
Em junho, houve queda de 1,32% no emprego em relação a maio, com redução de 9,86 mil vagas. O estoque de trabalhadores foi de 746,1 mil em maio para 736,3 mil em junho. Desconsiderando a sazonalidade**, houve queda de 2,20% (-16,4 mil vagas).
No período, o segmento imobiliário respondeu pelo pior desempenho (-1,80%), acompanhado por de obras de instalação (-1,65%).
Na capital, que responde por 45% do total de empregos no setor, a queda em junho em relação ao mês anterior foi de 1,62% (-5.465 vagas). Em 12 meses, São Paulo registrou retração de 13,32%.
Entre as Regionais do SindusCon-SP, Santos apresentou a maior queda (-2,47%), seguido por Campinas (-1,60%). Apenas Santo André registrou alta (0,79%).
 
tabela 2
*A dessazonalização é um tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que tipicamente acontecem em um mesmo período do ano.

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