Aplicação e uso do BIM ganham espaço em instituições governamentais

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Aplicação e uso do BIM ganham espaço em instituições governamentais

O uso do BIM e os benefícios do processo na gestão pública foram relatados por representantes da CPTM, do Metrô de São Paulo, FDE e Caixa, no painel BIM em Instituições Governamentais, no 7º Seminário Internacional BIM SindusCon-SP.
O diretor de Planejamento e Projetos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Silvestre Ribeiro, admitiu que as dificuldades são grandes já que a adoção de um processo como o BIM exige uma mudança na maneira de trabalhar. No caso da CPTM, as barreiras são ainda maiores, já que a companhia opera 92 estações, com 196 trens, e atua na prestação de um serviço essencial à população, de grande exposição e suscetível a críticas e interferências. Em um quadro sujeito a tantas turbulências, Ribeiro defende a adoção do trabalho colaborativo, citando parceiras já firmadas com Fiesp, Ciesp, Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) e fornecedores. “Não dá para esperar o mercado amadurecer. As parcerias são imprescindíveis para termos agilidade. Precisamos criar um ambiente colaborativo, com parceiros externos para difundir a necessidade de uso do BIM,” declarou.
No caso da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) o supervisor do Projeto Inovação BIM, Ivo Mainardi, fez um retrospecto sobre a adoção do processo, o que teve início há cinco anos. Em 2013 foi realizada a primeira licitação em BIM. A ideia partiu de uma gerência, não de escalões superiores, reforçando as declarações de outros palestrantes de que a implantação, muitas vezes, no início, é abraçada por poucos profissionais.
“Hoje o Comitê BIM tem um representante de cada diretoria, que coloca para todo o grupo quais são as implicações que o processo está trazendo para a sua área. Os próximos passos serão a realização de um fórum sobre BIM (há quem nunca ouviu falar no processo); a preparação de integradores facilitadores, para disseminar os benefícios e as formas de aplicação da ferramenta,” detalhou Mainardi.
Posteriormente, o Metrô irá realizar um workshop para coletar sugestões de melhorias e, a partir destas informações surgirá uma lista de aspectos que devem ser aprimorados e objetivos a serem perseguidos. Nas próximas etapas o Projeto Inovação BIM prevê o planejamento por área, um plano de maturidade e o Caderno BIM (programado para 2018).
O chefe do Departamento de Especificações Técnicas da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), Ricardo Grisolia Esteves, afirmou que existe uma proposta para a criação de um grupo estadual de BIM em São Paulo.
A FDE gerencia programas, projetos e ações destinados à Rede Estadual de Ensino. Entre as ações de competência da FDE, na Diretoria de Obras e Serviços, destacam-se a construção escolar e a manutenção das mais de 5 mil escolas estaduais de ensino fundamental e médio existentes no Estado de São Paulo, incluindo o fornecimento do mobiliário e equipamentos escolares.
De acordo com o Esteves, a FDE planeja disponibilizar templates, manuais e bibliotecas BIM para o mercado em todas as disciplinas da Fundação, capacitar e elaborar manuais para utilização do BIM na FDE e elaborar o planejamento estratégico do processo na instituição.
“Das etapas concluídas temos duas escolas – na capital paulista e em Campinas – modeladas em BIM, revisão dos catálogos técnicos para Transposição BIM e das normas de apresentação de projetos para adaptação ao processo BIM, além da capacitação de equipes para produzir e gerenciar bibliotecas, desenvolver produtos utilizando tecnologias paramétricas, produzir novas fichas técnicas utilizando o BIM  e analisar projetos e modelos em 3D,” contou Esteves.
O supervisor de engenharia e arquitetura da Caixa, Ronaldo Carvalho, falou do histórico do BIM na instituição. Em 2013 foi criada a Gerência Executiva responsável pela elaboração dos Orçamentos de Referência do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), aquisição de duas licenças do software Revit e treinamento da equipe de elaboração de orçamentos de referência. No ano seguinte foram publicados no Sinapi os primeiros orçamentos gerados a partir dos modelos em BIM e, no ano passado, o aprimoramento da metodologia.
Para Carvalho, o BIM não é apenas uma forma de projetar, mas uma maneira de gerenciar informações com base em modelos virtuais, e isso se aplica totalmente aos objetivos da área técnica da CAIXA. “Como a instituição é o principal agente fomentador da política de desenvolvimento urbano, detém a maior parte do mercado imobiliário brasileiro, possui o segundo maior quadro de profissionais de engenharia e arquitetura no país e gerencia mais de três mil agências em todo o país, não há como pensar em macro BIM para gestão de informações de empreendimentos brasileiros sem o protagonismo da Caixa,” concluiu.

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