Seminário Internacional BIM destaca Desenvolvimento Integrado de Empreendimentos (IPD)

O Seminário Internacional BIM do SindusCon-SP, que teve a sétima edição realizada nesta quarta-feira (26), focou os debates na aplicação da metodologia na gestão pública, na maneira como vem sendo usado no Brasil e no exterior, seja em obras governamentais ou da iniciativa privada e o espírito colaborativo, já presente no BIM, e que é reforçado pelo que está sendo chamado de Desenvolvimento Integrado de Projetos (IPD).
Na abertura do evento, o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, lembrou que o BIM pode ser um grande facilitador para obtenção de maior transparência na execução de projetos. “Um ponto muito importante deste seminário é o IPD, uma estratégia que prevê trabalho coordenado entre as empresas participantes da obra. Todos saberão o que contratarão e o que precisarão entregar,” explicou.
O pesquisador do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), professor Eduardo Toledo Santos, falou da mudança de método de trabalho, exigida pelo IPD, também conhecido como contrato de aliança. “Com o IPD não existe o problema causado por um. Todos têm que estar envolvidos em busca de soluções. O envolvimento é global,” ressaltou Toledo.
O advogado Júlio César Bueno também enfatizou a necessidade de envolvimento compartilhado de todas as empresas e profissionais envolvidos com a obra. “Os custos e os benefícios são quase sempre divididos igualmente. É uma mudança na maneira de trabalhar,” detalhou Bueno.
O seminário contou com palestrantes altamente envolvidos com implantação e uso do BIM no Brasil e no exterior (Chile, Estados Unidos e Reino Unido). Do Chile, o coordenador do Plano BIM para instituições públicas, Harry Lagunas, contou como o país tem enfrentado as resistências em fazer com que a ferramenta seja largamente utilizada e quais as expectativas relacionadas à eficiência na construção de moradias populares. O Plano BIM chileno é um ambicioso projeto para que, a partir de 2020, todos os projetos públicos sejam contratados em BIM e que, cinco anos depois, todos os projetos privados sejam realizados com o uso da ferramenta. O governo do país firmou um convênio de colaboração com o Reino Unido para balizar o desenvolvimento do programa.
Dos Estados Unidos, o gerente de projetos da empresa da área de saúde Sutter Health, James Pease, fez um relato da experiência com o uso do BIM, fazendo um paralelo entre os períodos pré e pós adoção do BIM. “Aprendemos a integrar nossos projetos. Para isso é necessário saber que empresas e profissionais terão um comportamento colaborativo.”
O professor da Universidade Northumbria Newcastle, no Reino Unido, Mohamad Kassem, disse que faltam modelos para ajudar os desenvolvedores da política do uso do BIM. “No Brasil, a ferramenta é bem difundida em algumas áreas, mas o uso ainda é deficitário em outras,” contou Kassem, que relatou o mesmo problema em quase todos os 21 países que participaram de uma pesquisa, respondida por 99 especialistas.
As dificuldades e os benefícios experimentados pelo governo de Santa Catarina, ao construir e reformar prédios com o uso do BIM, a aplicação do processo na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e no Metrô de São Paulo, foram compartilhados com a plateia.
As ações do Legislativo Federal para expandir o uso da ferramenta na gestão pública foram apresentadas pelo presidente da Frente Parlamentar do BIM na Câmara dos Deputados, Júlio Lopes.
Ao final de cada painel os palestrantes respondiam às questões da plateia e do público que participou da modalidade on-line do seminário.
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Fornecedor: Pormade Portas de Madeiras Decorativas
Projetista: França & Associados – Projetos Estruturais
Contratante: Empreendimentos Imobiliários Santa Clara
Construtor: Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI)
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