Tecnologia de Estruturas: seminário do SindusCon-SP debateu questões técnicas da atualidade

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Tecnologia de Estruturas: seminário do SindusCon-SP debateu questões técnicas da atualidade

O Seminário Tecnologia de Estruturas – projeto e produção com foco na racionalização e qualidade foi realizado pelo Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do SindusCon-SP, nesta quinta-feira (25). A 18ª edição do evento aconteceu paralelamente ao Concrete Show, no São Paulo Expo, reunindo especialistas que apresentaram exemplos de inovação e questões que estão sendo estudadas para dar maior eficiência e segurança às edificações.
EstruturasO diretor de design & construction da Tishman Speyer Properties, Luiz Henrique Ceotto, e a sócia diretora do Escritório Julio Kassoy e Mário Franco Engenheiros Civis, Suely Bacchereti Bueno, falaram das inovações de projeto e de controle da execução de estrutura no empreendimento AQWA, no Rio de Janeiro.
Durante as apresentações, foram mostradas as vantagens da utilização de sistemas construtivos modernos e precisos. “Os profissionais brasileiros, muitas vezes resistem à utilização de processos inovadores. Precisamos vencer essa barreira para termos edifícios mais eficazes, sustentáveis e cada vez mais próximos da construção industrializada,” reforçou Ceotto.
CeottoNo caso do empreendimento AQWA, construído próximo à Baía de Guanabara, Ceotto  lembrou que as especificidades do local e do tipo de edificação fizeram com que o processo construtivo em estrutura mista (concreto armado e aço, com base e núcleo em concreto) fosse a opção escolhida. As diferenças entre os pavimentos; a concepção baseada em linhas de vértices que se encontram de forma precisa e a inclinação da estrutura que provoca balanços de até 21 metros em relação à base foram alguns dos pontos destacados sobre o projeto, que teve estrutura e fachada projetadas em BIM. “A obra não teria acontecido sem o BIM,” contou Ceotto.
Em sua apresentação, Suely Bueno detalhou como foi o processo para atender ao projeto arquitetônico da edificação. “Foi um grande desafio realizar as estruturas de forma que a fachada ficasse inclinada,” relembrou.
Ação dos ventos e revisão da NBR 6123
As preocupações causadas pelas mudanças climáticas foram tema da palestra do professor do Departamento de Engenharia Civil e coordenador do Laboratório de Aerodinâmica das Construções da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Acir Loredo Souza, que falou da necessidade de revisão da NBR 6123, que trata da ação dos ventos sobre as edificações.
Souza, que coordena o comitê de trabalho de revisão da norma, lembrou que existem muitas divergências sobre o tema, já que os impactos são não só sobre a segurança, mas também sobre os custos da estrutura. “Há muitas críticas sem embasamento. O intuito é difundir a necessidade de se fazer o cálculo correto da ação do vento no projeto de estruturas,” lembrou o professor.
A norma, que é de 1988, está sendo revista há alguns anos. A necessidade de atualização se deve às mudanças climáticas e aos avanços tecnológicos.
Aspectos técnicos da classificação de consistência do concreto segunda a NBR 8953
Em sua palestra sobre aspectos técnicos da classificação de consistência do concreto segundo a NBR 8953, a gerente técnica da Votorantim Cimentos, Luana Scheifer, disse que, em média, 95% dos traços de concreto ainda são definidos de acordo com as classes da antiga NBR 7212. Luana detalhou as alterações no processo de carregamento. “No início vão 80% da água; após a finalização do agregado e cimento vão 100% do aditivo e água de lavagem das facas,” explicou.
As vantagens para o construtor são a obtenção do concreto mais fluido do início ao fim da obra, aumentando a qualidade de aplicação; menor quantidade de traços para controle de recebimento; facilidade ao espalhar e melhor adensamento.
Temperatura do concreto
O diretor da Desek Consultoria em Engenharia, Selmo Kuperman, falou sobre Temperatura do concreto em blocos de fundação. Em sua apresentação, ele apontou os erros mais comuns no cálculo de temperaturas e tensões. “Muitas vezes o estudo térmico não é realizado porque custa caro, é demorado e não muito específico,” observou Kuperman, que lembrou ainda a importância de se levar em consideração que cada projeto é único.
Concreto auto-adensável
A professora e pesquisadora do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Denise Dal Molin, reforçou as características e possibilidades de intensificação do uso do concreto auto-adensável. Durante sua apresentação ela deu exemplos da utilização desse tipo de concreto, como em construções pré-moldadas (dormitórios de alojamentos) e também em fachadas mais elaboradas, como o Museu Iberê Camargo, em Porto Alegre.
Denise“A tendência é de que o auto-adensável tenha seu uso ampliado, não só na indústria de pré-moldados, principalmente pela alta do valor da mão de obra.” Segundo ela, a falta de conhecimento, por parte do setor produtivo ainda impede sua larga utilização.
Denise citou ainda o Glass Reinforced Concrete (concreto reforçado com fibra de vidro) como uma das tendências em concreto. O material foi utilizado no Centro Olímpico Aquático de Londres e também no Broad Museum, em Los Angeles.
A edição 156 de Notícias da Construção trará mais reportagens sobre o 18º Seminário Tecnologia de Estruturas.

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