Debate: Amoêdo expõe propostas do Partido Novo
O pré-candidato do Partido Novo à Presidência da República, João Amoêdo, afirmou que, se eleito, pretende elevar gradualmente a remuneração dos depósitos do FGTS, retirar a gestão deste fundo do governo, direcionar seus recursos exclusivamente para empréstimos às suas finalidades legais e mobilizar recursos privados para financiar a habitação.
As afirmações foram feitas no primeiro dos encontros da Frente Reformar para Mudar, em 22 de maio, na sede do Secovi-SP. Integraram a mesa do encontro quatro presidentes das cerca de 30 entidades integrantes desse movimento: José Romeu Ferraz Neto (SindusCon-SP), Flávio Amary (Secovi-SP), Carlos Eduardo Jorge (Apeop) e Eduardo Lafraia (Instituto de Engenharia).
Amoêdo solicitou contribuições para a parte de seu programa de governo voltada à erradicação do déficit nacional. Respondendo a uma indagação do presidente do SindusCon-SP sobre seus planos para o FGTS, afirmou que prefere entregar recursos diretamente às famílias para elas adquirirem as moradias, e estimular o empreendedorismo e a geração de emprego e renda. Admitiu, entretanto, que estas e outras medidas deverão ser implementadas de forma gradual.
O pré-candidato defendeu a segurança jurídica no setor imobiliário, mediante a proibição de que órgãos públicos venham a contestar obras já licenciadas e iniciadas, e por meio de um zoneamento ambiental claro e objetivo. Preconizou a redução da burocracia e a mobilização de recursos privados para o financiamento, pelas Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs).
Amoêdo elencou alguns de seus pontos programáticos: reforma da Previdência, venda de estatais, diminuição de salários e privilégios do funcionalismo, redução do número de assessores e comissionados de políticos, extinção de recursos públicos para os partidos, cobrança de mensalidades de quem pode pagar universidades públicas, apoio à Lava Jato, maior independência das instituições, parcerias público-privadas para a construção de presídios, maior rigor na prisão de criminosos e no cumprimento das penas, diminuição do número de tributos e simplificação de seu recolhimento, redução do número de ministérios para 12, maior autonomia para estados e municípios, maiores investimentos em educação básica e técnica, e aumento da concorrência bancária.
Questionado sobre como pretende se coligar com outros partidos, enfatizou que alianças deverão ser firmadas exclusivamente sobre questões programáticas e não em cima de interesses como tempo de exposição na TV. Disse estar otimista em relação a que as teses do partido sejam permeáveis à população, por acreditar em maior conscientização dos cidadãos que expressaram rejeição aos políticos tradicionais e às suas práticas.
Indagado sobre as ocupações de edifícios públicos realizados por movimentos sociais, afirmou que a questão depende de aumento de renda para a população, investimentos em educação com vistas a empregos mais qualificados e estímulos à construção de moradias populares com subsídios.
Fotos: Secovi-SP
