Caixa garante recursos para o crédito imobiliário em 2018

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Caixa garante recursos para o crédito imobiliário em 2018

Um volume similar aos R$ 82 bilhões aplicados em 2017 deverá garantir recursos para o crédito imobiliário da Caixa em 2018. E o governo já estuda alternativas, tais como um melhor direcionamento da Poupança, caso faltem recursos para atender uma eventual demanda aquecida por crédito imobiliário.
IMG_7638As informações foram transmitidas pelo diretor de Habitação daquela instituição financeira, Paulo Antunes de Siqueira, em 1º de março, na reunião mensal do Comitê de Habitação Popular do SindusCon-SP. O evento foi conduzido pelo vice-presidente de Habitação do sindicato, Ronaldo Cury.
Siqueira também anunciou que o orçamento de R$ 60 milhões para a realização do 14º Feirão da Caixa foi finalizado e recebeu sinalização do de que será aprovado pelo Conselho da instituição. Destacou que a Caixa deverá reiterar às agências orientação para que não exijam reciprocidade desproporcional dos tomadores de crédito imobiliário. E comunicou que a Caixa Imóveis, empresa mista de tecnologia, já opera e prepara um piloto em São Paulo para que o processamento dos pedidos de crédito imobiliário seja feito em apenas dois dias.
Outra medida em estudos é mudar diretrizes da faixa 1,5, para a qual o Ministério espera a contratação de 70 mil unidades habitacionais, segundo Siqueira. Em 2017, essas contratações totalizaram 46 mil moradias.
O diretor de Habitação da Caixa disse que a meta para 2018 é a contratação de 80 mil unidades no FAR Empresas (famílias com renda mensal de até R$ 1.800). Também comentou que, segundo dados do Simulador da Caixa, em 2017 foram feitas 97 milhões de simulações, das quais 27 milhões de São Paulo. Dos interessados, 75% querem imóveis de até R$ 200 mil.
Acordo da Basileia
Siqueira ainda garantiu que os problemas da Caixa com as exigências do Acordo de Basileia foram superados, dando tranquilidade para a concessão de crédito em 2018 e 2019. Parte dos lucros da instituição será revertida para seu patrimônio, elevando o patamar de concessão de empréstimos.
IMG_7617No reunião, José Carlos Tavares Pereira, diretor técnico Corporate da Wiz Soluções (antiga corretorora Caixa PAR), e seu gerente de Riscos de Engenharia, Diego Veloso, apresentaram os seguros exigidos nas faixas 1,5, 2 e 3 (Risco de Engenharia, Garantia do Construtor e Obra Pós-Entrega), as respectivas coberturas e os seguros opcionais. Em março começarão treinamentos da Wiz para as construtoras compreenderem detalhadamente as apólices, anunciou o gerente de Produção e Mercado do SindusCon-SP, Elcio Sigolo.
Perspectivas para 2018
Abrindo o encontro, o professor da FGV, Robson Gonçalves, ao comentar a queda do PIB da construção de 5% em 2017, afirmou que a expectativa é de nova queda em 2018, ainda não estimada.
IMG_7548Gonçalves afirmou que a FGV calcula que o PIB brasileiro cresça perto de 3% em 2018, alicerçado pelo aumento do consumo. No entanto, o dado preocupante é a queda da Taxa de Investimento, para cerca de 15% do PIB. Segundo ele, investimentos em aumento da capacidade de oferta de energia e ampliação da infraestrutura são fundamentais para que a produção industrial siga crescendo sem provocar inflação.
Ele preconizou que o Brasil tem uma grande oportunidade de captar uma parte dos US$ 30 trilhões disponíveis no mundo para financiar projetos de habitação popular e ampliação da infraestrutura. Para tanto, será necessário superar o problema do seguro de câmbio e dar aos investidores estrangeiros previsibilidade sobre o retorno de cada projeto, o que poderia ser feito mediante uma articulação da iniciativa privada com a FGV.

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