Candidatos a vice-presidente, voto envergonhado e voto útil devem influenciar eleições presidenciais

Enzo Bertolini

Por Enzo Bertolini

Candidatos a vice-presidente, voto envergonhado e voto útil devem influenciar eleições presidenciais

Os caminhos das eleições deste ano e as perspectivas para o início da campanha eleitoral após a realização das convenções partidárias foram os principais tópicos da reunião do movimento Reformar para Mudar realizada em 7 de agosto na sede do SindusCon-SP.
IMG_1870Coordenada pelo presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, a reunião contou com a participação do cientista político Heni Ozi Cikier. Para ele, há uma desordem política que afeta todo o país e três coisas devem influenciar as eleições: os candidatos a vice, o voto envergonhado e o voto útil. “Temos um histórico de vices assumindo cargos nos últimos 30 anos, com Sarney, Itamar e Temer na presidência. Em São Paulo tivemos Alckmin, Kassab e Covas. Mais do que nunca os eleitores precisam se atentar para isso.”
Seguindo o que ocorreu na eleição presidencial americana, o voto envergonhado deve ocorrer em outubro. Nos Estados Unidos, o agora presidente Donald Trump sempre apareceu atrás nas pesquisas, porém ganhou a eleição. Muitos americanos não declararam seus votos nas pesquisas, mas escolheram Trump, apesar de suas posições controversas. “Isso pode ter muito peso nesta eleição”, afirmou Cikier.
IMG_1940Segundo o cientista político, o principal beneficiário deste voto deve ser o pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL). “A população está buscando um salvador outsider e o Bolsonaro tem se apresentado desta maneira. Resta saber se a população vai entender desta maneira.”
Em relação ao voto útil, Cikier acredita que isso deve ocorrer, em especial, no segundo turno, a depender dos candidatos com mais votos e às suas taxas de rejeição. “Se tivermos um candidato de centro e um de direita, em quem a esquerda deve votar?”
Campanha televisiva x digital
As alianças políticas costuradas nas últimas semanas ajudaram a definir o tempo de TV que cada chapa terá. Pré-candidato pelo PSDB, Geraldo Alckmin terá à disposição 4m44s de TV, frente a 2m27s do PT e 1m55s do MDB. “Esse tempo dará ao Alckmin uma real possibilidade de crescimento nas pesquisas.”
Já nas mídias sociais, Bolsonaro se apresenta como um adversário que agrega fiéis seguidores. Isso tende a prevalecer nos próximos meses. “Nenhum candidato, exceto o Lula caso seja confirmado, agrega esse tipo de envolvimento”, avaliou Cikier.
O cientista político alertou ainda sobre a importância das eleições ao Congresso, quase sempre relegado frente ao debate para a presidência. “Temos um regime presidencialista no Brasil, mas um presidencialismo de coalizão, onde o real poder reside no Congresso.”
IMG_1952Para Cikier o brasileiro em geral não presta atenção em quem vota para deputado e senador. “Há espaço para renovação e gente séria. O ponto decisivo para mudar o Brasil é nesta eleição”, finalizou.
Segundo o presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB), Lívio Giosa, aqueles que atuam no setor precisam ser pragmáticos e eficazes. “Devemos buscar candidatos que apresentem, no Congresso, políticas públicas para empregabilidade, com foco na construção civil.”
A reunião contou com a participação dos presidentes do Secovi-SP, Flávio Amary, do Instituto de Engenharia, Eduardo Lafraia; da Associação para o Progresso de Empresas de Obras de Infraestrutura Social e Logística (Apeop), Carlos Eduardo Lima Jorge, do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), Carlos Roberto Soares Mingione, e da Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento do Estado de São Paulo (Aelo), Caio Cesar Portugal.
Também participaram representantes da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (Aabic), Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit), Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci-Brasil), do Sinicesp e do Departamento da Indústria da Construção da Fiesp (Deconcic).
A próxima reunião ficou agendada para setembro na sede do Associação Comercial de São Paulo.

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