Confiança da construção cai para o menor nível desde novembro de 2017

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Confiança da construção cai para o menor nível desde novembro de 2017

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, recuou 3,1 pontos, entre maio e junho, para 79,3 pontos, o menor nível desde novembro de 2017 (78,6 pontos).
“A forte queda das expectativas empresariais no mês de junho não teve nenhuma relação com a situação corrente dos negócios, que até recuperou a queda registrada no mês anterior. O empresário, que vinha demonstrando relativo otimismo com a possibilidade de retomada da atividade no curto prazo, foi contaminado pela deterioração do cenário doméstico. A reversão das expectativas atingiu todos os segmentos. Certamente, a greve, que causou muitos prejuízos e paralisou obras, foi um componente importante nessa mudança de humor, mas a principal causa do desalento é o ritmo de crescimento que traz preocupações sobre a continuidade da fraca melhora dos negócios”, comentou a coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE, Ana Maria Castelo.
Índice de Confiança da Construção
A queda do ICST ocorre em função da piora das expectativas de curto prazo do empresariado: o Índice de Expectativas (IE-CST) caiu 6,5 pontos, a maior queda da série histórica, iniciada em julho de 2010, retrocedendo para 88,3 pontos, menor nível desde agosto de 2017 (87,8 pontos). Os dois quesitos que compõem o IE-CST apresentaram deterioração, com destaque para a redução de 7,8 pontos no indicador que mede a situação dos negócios para os próximos seis meses, atingindo 88,1 pontos, o menor nível desde outubro de 2017 (87,8 pontos).
O Índice da Situação Atual (ISA-CST) se manteve relativamente estável em junho, ao variar 0,3 ponto, passando de 70,5, em maio para 70,8 pontos, em junho. O indicador que sustentou o resultado positivo do ISA-CST foi o que mede a situação dos negócios no momento, com aumento de 0,6 ponto, para 73,3 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor avançou 0,9 ponto percentual, alcançando 65,6%, maior nível desde janeiro (66,2%). Os indicadores desagregados para Mão de Obra e Máquinas e Equipamentos também acompanharam esta evolução ascendente: altas de 0,8 e 0,7 ponto percentual, respectivamente.
Quesitos especiais
Em junho, os empresários foram consultados sobre o impacto da greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio, no setor. Como esperado, o resultado confirmou que a greve teve efeito negativo: 64,0% dos empresários indicaram que os negócios foram atingidos, já que os insumos não chegaram à obra, provocando atrasos no cronograma. No entanto, em um setor com um ciclo produtivo longo, o efeito final não deverá ser expressivo. A postergação de decisões de investimento e/ou compra de imóveis teve poucas assinalações como efeito direto da greve. Em outro quesito, ao se indagar quais os fatores que estariam influenciando negativamente as expectativas, a maioria sinalizou o baixo crescimento econômico e o ambiente de incertezas relacionado ao cenário eleitoral.
“De fato, os fatores assinalados podem comprometer as perspectivas de melhora do setor ao adiar as decisões de investimento por um período mais longo”, observou Ana Maria.

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