Construcarta Atividades: A construção revisitada

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Construcarta Atividades: A construção revisitada

Em novembro, o IBGE divulgou as estatísticas referentes às Contas Nacionais de 2015 que representam uma revisão dos resultados das Contas Trimestrais. Os dois sistemas – anual e trimestral – seguem a mesma metodologia mas usam bases diferentes. Os números trimestrais são estimativas feitas com base nas pesquisas mensais, posteriormente revistos, com dois anos de defasagem, a partir dos resultados de pesquisas anuais.
No caso da construção, a revisão incorpora os resultados da Pesquisa Anual da Construção Civil (PAIC), das declarações do Imposto de renda da Pessoa Jurídica e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD).
Com a revisão, o Produto Interno Bruto (PIB) do país somou R$ 5,996 trilhões em 2015 e registrou queda em relação a 2014 de 3,5% – ante taxa de -3,8% divulgada anteriormente. O PIB per capita caiu 4,3% em relação a 2014, e ficou em R$ 29.324.
Pela ótica da oferta, a indústria e os serviços tiveram quedas de 5,8% e de 2,7%, respectivamente, enquanto a agropecuária cresceu 3,3%.
Entre os segmentos da indústria, a construção foi a que apresentou a maior retração, de 9%. O número divulgado preliminarmente era de queda de 6,5% para o setor. O novo resultado não surpreendeu, uma vez que outros indicadores setoriais já tinham apontado uma retração mais severa que a apurada pelas Contas Trimestrais. Em 2015, a produção de materiais registrou queda de 12,5%, o emprego com carteira e a ocupação tiveram redução de 10% e 3,9%, respectivamente. A discrepância entre os resultados das pesquisas de emprego e ocupação sinaliza que em 2015 a crise foi mais intensa na parte empresarial do setor.
De fato, a crise no setor imobiliário e na infraestrutura atingiu fortemente a produção formal. A Pesquisa Anual da Indústria da construção acusou queda de 13,9%1 no valor adicionado ou PIB das empresas da construção na comparação com 2014. A maior queda foi a da infraestrutura, que nessa mesma comparação teve retração de 25%.
Assim, em 2015, o setor da construção perdeu participação na economia. O Valor adicionado pelo setor alcançou R$ 296 bilhões, o que representou 5,7% do Valor Adicionado total da economia. Em 2014, a construção abrangeu 6,2%. Por sua vez, a produção formal que em 2014 compreendeu 61% do PIB setorial, encolheu para 58%.
Pelo lado da demanda, apenas o setor externo contribuiu positivamente para o PIB de 2015. O consumo das famílias registrou queda de 3,2%, o consumo do governo caiu 1,4% e a formação bruta de capital fixo (FBCF) teve variação de – 13,9%. Com esse resultado, a taxa de investimento alcançou 17,8%.
Enfim, os resultados das Contas Nacionais de 2015 confirmam a recessão vivida pelo país naquele ano e seu impacto no investimento. Os números ainda preliminares de 2016 deverão ser revistos a partir desses novos resultados, mas ainda apontarão o prosseguimento de uma das piores recessões vivida pelo país. Em 2017, o crescimento do PIB, apesar de insípido, mostrou o fim da crise. No entanto, o investimento continua em queda, o que traz dúvidas sobre a sustentabilidade desse crescimento.
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