Construcarta Conjuntura: A economia em calmaria

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Construcarta Conjuntura: A economia em calmaria

A conjuntura econômica brasileira enfrentou uma pequena tempestade em maio, momento em que foi deflagrada a greve dos caminhoneiros, com efeitos nos meses seguintes. A inflação ao consumidor foi a primeira a registrar um salto, ainda que tenha permanecido bem próximo ao centro da meta do Banco Central.
O nível de emprego começou a andar de lado e o desempenho das vendas no varejo foi frustrante. Como consequência, as projeções de mercado para o crescimento do PIB, divulgadas no Boletim Focus, foram sendo seguidamente revisadas para baixo. O clima econômico piorou com as altas sucessivas da taxa de câmbio que atingiu o patamar de R$ 4,19 em meados de setembro.
No entanto, no atual intermédio entre o primeiro e o segundo turno das eleições, uma nítida calmaria se estendeu sobre a conjuntura econômica. Alguns dos indicadores que vêm sendo divulgados mostram que o susto dos meses recentes está passando. Ao menos por enquanto. O indicador mais sensível ao clima político, a taxa de câmbio, registrou forte recuou, caindo abaixo dos R$ 3,80. Esse é um patamar ainda alto quando se considera que a média de 2017 foi de R$ 3,19. Mas o recuo em relação ao pico de foi de mais de 9%.
No front inflacionário, após o choque repentino de maio/junho, o IPCA estacionou na marca de 4,5% no acumulado em doze meses, o centro exato da meta oficial. Por fim, o IBC-Br, indicador mensal de atividade do Bacen considerado como prévia do PIB, registrou em agosto a terceira alta consecutiva. Na comparação dessazonalizada com o mês anterior, a variação de agosto chegou a 0,47%. A alta frente a agosto de 2017 foi de 2,5%.
A questão que se coloca, e cuja resposta fica em aberto, é se estamos diante de uma melhoria sustentada do ambiente econômico ou apenas no olho do furacão. Afinal, variáveis como taxa de câmbio, preços ao consumidor, vendas no varejo e até mesmo o nível de atividade mensal estão sujeitas a melhoras no curto prazo (dentro de um mesmo ano). Seu movimento deve ser visto como conjuntural. O comportamento de cada um deles, apesar de mais positivo, não define uma trajetória de longo prazo.
Seja como for, tudo indica que o ano de 2018 vai se encerrar em clima morno: não vamos ingressar no primeiro ano da nova administração nem em franco crescimento nem em grave crise. Ao menos no que se refere aos indicadores conjunturais mais relevantes. Quanto à recuperação sustentada do crescimento, que só se dará com base em reformas estruturais, tudo segue em suspenso até aqui.

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