Construcarta Conjuntura: Consumo em alta, inflação em baixa. Até quando?

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Construcarta Conjuntura: Consumo em alta, inflação em baixa. Até quando?

Diversos indicadores econômicos relativos ao ano fechado de 2017 têm sido divulgados nas últimas semanas. Dois deles merecem atenção especial, pois apontam tendências que devem ser observadas ao longo de 2018.
Segundo o IBGE, o volume de vendas no varejo fechou o ano passado com alta de 2%. Na ponta, esse indicador encerrou dezembro 3,3% acima do nível de igual mês do ano anterior. Considerando as vendas de materiais de construção, os números foram ainda mais favoráveis: 9,2% de alta no ano e 9,1% na comparação ponta a ponta entre os meses de dezembro.
Esses resultados confirmam que a lenta saída da recessão tem sido liderada pelo consumo das famílias, o que também se reflete em termos das compras de materiais para autoconstrução e reforma.
Ao mesmo tempo, a inflação encerrou 2017 em níveis bem mais baixos do que se esperava no início do ano. O IPCA, índice oficial do regime de metas, fechou abaixo de 3%, menos da metade do registrado no ano anterior e no menor patamar desde 1998. Em nível setorial, o INCC-DI fechou em 4,25%, também abaixo do observado no ano anterior.
A aceleração da demanda, sobretudo no varejo, acompanhada desse processo de “desinflação”, é algo típico dos momentos de retomada após longos períodos de recessão. A folga operacional das empresas permite ganhos de escala com o aumento da oferta sem maiores pressões sobre os preços. A questão é: até quando esse quadro irá durar? Afinal, as margens de lucro das empresas também foram comprimidas pela recessão e alguma “inflação de lucros” também é típica das fases de recuperação.
Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, as expectativas para 2018 apontam a continuidade dessa combinação de atividade em alta e inflação baixa. Na edição mais recente da pesquisa, as projeções de crescimento do PIB foram ajustadas levemente para cima, passando de 2,7% para 2,8%, enquanto que a inflação esperada, medida pelo IPCA, passou de 4,19% para 3,86%. Em síntese, espera-se que o país mais do que dobre a taxa de crescimento (apesar da base de comparação muito baixa), mantendo a inflação abaixo da meta oficial de 4,5%.
Muito embora os preços dos alimentos tenham tido impacto relevante sobre o comportamento da inflação nos anos recentes – o que deve persistir em 2018 – o cenário revelado pelo Boletim Focus é bastante favorável. E também sugere que as incertezas políticas que persistem, bem como o fim de qualquer perspectiva de reformas constitucionais, não devem impedir que a lenta retomada tenha continuidade. Não é um sonho do ponto de vista econômico, mas também não é um pesadelo.
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