Construtoras avaliam participação em índice de sustentabilidade da Bolsa de Valores de São Paulo

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Construtoras avaliam participação em índice de sustentabilidade da Bolsa de Valores de São Paulo

Quais benefícios efetivos podem ser obtidos pelas construtoras com a participação no ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), que avalia o desempenho de até 40 empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo? Esta foi a principal questão levantada pelos construtores que estiveram presentes, no dia 06/12, à reunião “Economia e Sustentabilidade nas Empresas”, realizada na sede do SindusCon-SP. O evento contou com duas palestras: a primeira sobre a conjuntura econômica da construção, apresentada pela coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo, e a segunda com Aron Belinky, responsável no GVces (Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV) pelo Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBovespa.
O ISE é uma ferramenta para análise da performance de uma carteira composta por até 40 ações de empresas listadas na BM&FBOVESPA, sob o aspecto da sustentabilidade corporativa. Tais ações são selecionadas entre as 200 mais líquidas negociadas na Bolsa. O índice é composto por três formas de avaliação: quantitativa (respostas autodeclaratórias das empresas), qualitativa (avaliação técnica sobre a consistência das respostas) e apreciativa (decisão discricionária do Conselho para a integração da carteira). Segundo Belinky, “o objetivo do ISE é apoiar os investidores na tomada de decisão de investimentos socialmente responsáveis e induzir as empresas a adotarem as melhores práticas de sustentabilidade empresarial”. Em 2015 e 2016, somente a Even fazia parte do índice. Em 2017, a MRV será a única representante do setor.
Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, vice-presidente de Meio Ambiente do SindusCon-SP, ressaltou durante o evento que “muitas vezes, a indústria da construção civil não vê suas próprias iniciativas valorizadas na área da sustentabilidade e acaba sendo vista com desconfiança por outros segmentos da economia.” Complementou informando que “há muitos projetos estruturados e avançados, tanto no plano institucional e setorial quanto no âmbito das construtoras, que têm ações efetivas a serem divulgadas e compartilhadas com a sociedade”. Daí a importância, segundo Vasconcellos, da participação do SindusCon-SP e das empresas associadas em iniciativas como o ISE.
Na visão do diretor da Even, Silvio Gava, o ISE ainda apresenta um forte viés financeiro e de liquidez nas regras para a composição da carteira do índice, o que acaba limitando a participação de um número maior de empresas do setor. Ressalta, entretanto, as vantagens obtidas pelas companhias: “existem fundos que só investem em empresas que fazem parte do ISE”. Elogia também a qualidade do questionário. “As exigências em termos de governança são muito boas, talvez até melhores do que em sustentabilidade”, conclui.
José Luiz Esteves da Fonseca, gestor executivo da MRV na área ambiental, compartilha a mesma opinião sobre as melhorias de governança e diz que a experiência da Even foi uma referência importante para eles. “A opção do ISE e da quase totalidade das empresas, incluindo a Even, em deixar o relatório aberto para consulta foi muito importante para nortear quem ainda está iniciando o processo”, afirma Fonseca.
SindusCon-SP e GVces estão formatando um grupo de trabalho no âmbito do Comasp (Comitê de Meio Ambiente do SindusCon-SP). A ideia é que empresas associadas ao sindicato, independentemente de serem listadas na Bolsa, respondam ao questionário de forma simulada, ou seja, ainda sem fazer parte do índice. O objetivo seria permitir uma análise conjunta dos requisitos do ISE para a construção civil e saber como as empresas se posicionam, inclusive em relação aos demais setores.
(Eric Cozza)

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