Opinião – Eleições 2018

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Opinião – Eleições 2018

Considerado uma prévia do PIB, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) aumentou 0,49% em novembro, na comparação dessazonalizada com o mês anterior. Na comparação com igual mês de 2016, a alta foi de 2,82%. No acumulado do ano, a elevação do indicador aproximou-se de 1%.
Se for confirmada a projeção de crescimento do PIB em 2017em torno de 1%, a economia deverá continuar acelerando em 2018, o que anima alguns setores do mercado a preverem um crescimento de 2,5% a 3% neste ano.
Caso esta trajetória se mantenha, é provável também assistirmos a um ligeiro aumento da inflação neste ano, com reflexo positivo na arrecadação, mas, por outro lado, com a manutenção da taxa de juros Selic ou até um indesejável ajuste para cima dela.
Um cenário de maior crescimento é alentador, por denotar distanciamento cada vez maior da recessão anterior. Mas ainda estamos distantes do equilíbrio fiscal necessário a uma retomada sustentada do desenvolvimento e do emprego.
Está claro que, no início de 2019, o próximo governo necessitará adotar novas medidas de ajuste. Diante da não aprovação da Reforma da Previdência, ou da aprovação de um arremedo dela, esta fatalmente necessitará ser aprofundada pelo próximo governo e complementada por aquelas medidas. O que, por sua vez, também dependerá em grande parte do apoio do próximo Congresso para implementá-las.
Uma parte desta equação será definir o grau de aprofundamento da Reforma da Previdência, quais outras medidas serão propostas e os setores que por elas serão afetados.
Outra parte será assegurar maioria em um Congresso futuro, cuja tendência até o momento tende a ser semelhante ao atual. Ou seja, de perfil majoritariamente conservador, porém avesso a impopularidades. O que significa a possibilidade de estender indefinidamente no tempo a retomada sustentada do crescimento e do emprego.
A terceira parte desta equação será convencer a mídia, bem como a maioria da população, da necessidade destas medidas e de sua aprovação improrrogável.
O debate econômico sobre o cenário futuro ainda é incipiente. E, dos pré-candidatos à Presidência da República, até o momento não se têm propostas concretas para a solução dessa complexa equação.
A formulação dessas propostas é urgente, tendo em vista que, de sua futura concretização e de seu almejado sucesso, dependem a vinda de uma grande massa de investimentos para o país, necessários à expansão da nossa infraestrutura, hoje cada vez mais precária, desprovida de recursos dos orçamentos de governo e necessitada de investimentos privados.
Estimular o crescimento da economia por meio do crédito é válido. Mas apenas fomentando o consumo e sem ampliar a infraestrutura e melhorar a qualidade dos serviços públicos, o Brasil se arrisca a criar uma bolha social de insatisfação, como a que estourou em 2013.
*Conteúdo publicado originalmente na edição de 22 de janeiro da Folha de São Paulo

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