Opinião: Resistir e perseverar

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Opinião: Resistir e perseverar

Uma equipe econômica esclarecida e operosa trabalha no governo há mais de um ano para o país sair da recessão e tomar o rumo do crescimento sustentado. Resistindo ao populismo das soluções paliativas, rejeitou elevar impostos e propôs as reformas previdenciária e trabalhista, ao mesmo tempo em que buscou uma modelagem mais atrativa para as concessões e parcerias público-privadas.
A inflação cedeu, abrindo caminho para a queda dos juros. Medidas para elevar a segurança jurídica nos negócios foram adotadas, como a Lei de Terceirização.
Recentemente, o emprego voltou a crescer, embora ainda não em setores alavancadores do crescimento econômico, como a indústria da construção. A desconfiança dos investidores em relação às perspectivas futuras da atividade vinha diminuindo.
No entanto, com o recrudescimento da crise política, o nevoeiro da incerteza voltou a obscurecer o horizonte.
O governo reduziu sua estimativa para o crescimento econômico e admite que o mesmo poderá não mais acontecer neste ano.
Em face da arrecadação menor que a esperada, a possibilidade de elevação de impostos para o cumprimento da meta fiscal tornou-se concreta.
O momento é extremamente delicado e serão necessários cuidados redobrados para o enfrentamento das turbulências nas próximas semanas, sem perda das poucas conquistas obtidas até agora.
A par de não se perder de vista a premência da votação das reformas, urge acelerar a queda dos juros e facilitar a concessão de crédito, especialmente para aquecer, ainda que modestamente, a atividade produtiva. É preciso evitar que a crise política, que se prenuncia como prolongada, mergulhe o país em recessão crônica com deflação.
O andamento das ações para a retomada dos investimentos na ampliação da infraestrutura não pode ser interrompido, assim como devem prosseguir os esforços destinados ao alcance da meta de contratações do Programa Minha Casa, Minha Vida, que reanimaram o setor de habitação popular.
No segmento imobiliário, esperam-se mais facilidades para acesso ao crédito, uma rápida reativação da linha Pró-Cotista da Caixa e o lançamento das LIGs (Letras Imobiliárias Garantidas). Não menos importante, será preciso seguir buscando uma solução para o elevado número de distratos que prejudicam tanto os adquirentes de imóveis que permanecem fiéis aos seus contratos, como as incorporadoras e as construtoras.
Estas e outras medidas têm que ser acompanhadas de racionalização ainda maior dos gastos públicos, também pelos governos estaduais e municipais, a exemplo do que a iniciativa privada faz.
Se o Brasil foi colocado nos trilhos, a locomotiva poderá ficar sem combustível, caso a dominância da crise política engesse de vez as iniciativas adotadas para a recuperação da economia.

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