SindusCon-SP: Nova queda no PIB da construção afeta retomada do emprego no Brasil

Enzo Bertolini

Por Enzo Bertolini

SindusCon-SP: Nova queda no PIB da construção afeta retomada do emprego no Brasil

Apesar da alta de 0,4% no Produto Interno Bruto (PIB) no 1º trimestre de 2018 em relação ao trimestre anterior, a indústria da construção sofreu perdas de 0,6% no mesmo período, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, o resultado da construção demonstra como o setor ressente os seguidos erros de uma política econômica errática nos últimos anos. “Continuamos a regredir mesmo tendo como ponto de comparação uma base já muito deprimida. O Brasil carece de política de Estado para o desenvolvimento do país. E isso, necessariamente, passa pela atividade da construção.”
Na comparação com o mesmo período de 2017, a queda é ainda mais significativa (-2,2%). Já são 16 perdas consecutivas no volume do valor adicionado (desde o segundo trimestre de 2014). No agregado dos últimos quatro trimestres a construção caiu 3,9%, a maior entre todos os subsetores analisados pelo IBGE.
Embora a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) tenha recuado 0,1% na comparação com o trimestre anterior, na comparação com o mesmo período de 2017, registrou elevação de 3,5%, com destaque para a importação de máquinas e equipamentos.
“No fim do ano passado havia uma perspectiva de estabilidade, que poderia impactar no médio prazo na construção. Mas o não avanço nas reformas necessárias, como a da Previdência, a instabilidade eleitoral e a falta de confiança dos investidores apontam para um futuro que não favorece nosso setor e pode impactar na geração de empregos”, acrescenta Romeu Ferraz.
Emprego
O nível de emprego na construção civil brasileira cresceu 0,38% em março na comparação com fevereiro. Com a contratação de 8.799 trabalhadores, o estoque foi de 2.303.837 para 2.312.636. Na comparação com março de 2017, houve queda de 3,18% (-76.045).
Os dados são da pesquisa realizada pelo  SindusCon-SP em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
“Entretanto, não há motivo para comemoração, pois neste primeiro trimestre ainda estamos 3,85% abaixo do nível de emprego registrado no mesmo período do ano passado”, comenta o presidente do SindusCon-SP.

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