SindusCon-SP: Desemprego na construção civil perde ritmo na região noroeste

Ester Mendonça

Por Ester Mendonça

SindusCon-SP: Desemprego na construção civil perde ritmo na região noroeste

O desemprego voltou a assombrar os canteiros de obras no mês junho no noroeste do Estado. Em junho foram eliminados 28 postos de trabalho, o que representa uma queda de 0,10% no emprego do setor em relação a maio. Apesar de ter sido o quarto mês seguido de números negativos, o ritmo das demissões diminuiu. Em maio foram 391 demissões, em abril 36, em março 45. Já em fevereiro foram abertas 192 vagas e em janeiro 401. Hoje a região noroeste emprega 28.793 trabalhadores formais na construção civil, o que representa 4,29% do total de empregados no setor do Estado.
Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). No noroeste do estado a pesquisa abrange 140 municípios.
O melhor resultado do emprego em junho foi no município de Rio Preto onde foram criadas 75 vagas, o que representa aumento de 0,88 % em relação ao mês anterior. Em Rio Preto são 8.617 trabalhadores com carteira assinada no segmento. Foi o segundo mês consecutivo de alta.
Votuporanga também teve um cenário positivo com a abertura de 41 novos postos de trabalho o que representa aumento de 2,51% em relação a maio e eleva para 1.674 o total de empregos formais no setor. O saldo de demissões e contratações na construção civil na cidade ficou positivo nos meses de fevereiro, abril e junho e negativo em janeiro, março e maio.
Nos outros municípios que mais empregam na região o saldo foi negativo. Catanduva teve 33 demissões em junho o que representa queda de 2,59% em relação a maio e diminui para 1.240 o total de empregados no setor. Foi o quinto mês consecutivo de queda no emprego na cidade. Os números positivos foram registrados apenas em janeiro.
Em Fernandópolis foram demitidos 57 trabalhadores, o que representa queda no emprego de 4,13% em relação a maio diminuindo para 1.322 o total de empregos formais.
Araçatuba também teve desemprego com a eliminação de 25 postos de trabalho, o que representa queda de 0,78% em relação ao mês anterior e diminui para 3.188 o total de empregados com carteira assinada.
Em Birigui foram eliminadas 49 vagas, o que representa queda de 5,68% em relação a maio e diminui para 814 o total de pessoas empregadas no setor.
Andradina também teve leve redução no quadro com a eliminação de sete vagas, queda de 0,75% em relação a maio, baixando para 921 o número de empregos formais no setor.
Brasil
Na construção civil brasileira o empregou caiu 0,39% em junho na comparação com maio e chegou ao 33º mês de baixa consecutiva. No período 9.675 pessoas perderam seus empregos, o que diminuiu o estoque de trabalhadores para 2,457 milhões (em outubro de 2014, primeiro mês de variação negativa, o estoque era de 3,57 milhões). Na comparação com junho de 2016, a diferença é de – 11,37%. Desconsiderando os efeitos sazonais*, a queda é de 0,61% em junho (-15.113).
A queda do nível de emprego na indústria da construção pelo 33º mês consecutivo é consequência da retração persistente dos investimentos de longo prazo, na avaliação de José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP. “A crise política continua tirando o apetite dos investidores privados. E os investimentos do setor público seguem em declínio, com a baixa arrecadação motivando novos contingenciamentos nos orçamentos de governo”, comenta.
Para o presidente do SindusCon-SP, continuar a trajetória de redução dos juros, fazer avançar as reformas, racionalizar os gastos públicos e impulsionar as concessões e as parcerias público-privadas poderão reverter este quadro no futuro. “Mas os sucessivos sobressaltos na esfera política dificultam a agilidade e a eficiência destas ações”, lamenta.
Segmentação
Em junho, na comparação com maio, os segmentos que mais apresentaram queda foram Obras de acabamento (-0,85%) e Obras de instalação (-0,82%). Apresentaram alta no mês Infraestrutura (0,64%) e Engenharia e Arquitetura (0,40%).
Em 12 meses, as maiores baixas são Imobiliário (-14,88%), Obras de acabamento (-12,55%) e Preparação de terreno (-11,60%).
Estado de São Paulo
Em junho houve queda de 0,69% no emprego em relação ao mês anterior. O estoque de trabalhadores foi de 679,5 mil em maio para 674,8 mil em junho (-4.663). Em 12 meses, são menos 78.375 trabalhadores no setor (-10,40%). Desconsiderando a sazonalidade**, houve redução de 0,58% (-3.938 mil vagas).
Na comparação junho contra maio houve queda nos segmentos Obras de acabamento (-1,68%) e Obras de instalação (-1,46%). Por outro lado, houve alta emEngenharia e Arquitetura (1,57%) e Preparação de terrenos (0,16%).
Na capital, que responde por 43,11% do total de empregos no setor, a queda em junho na comparação com o mês anterior foi de 0,89% (-2.609 vagas). Em 12 meses, São Paulo registra retração de 12,30% (-40.814 vagas).
Entre as Regionais do SindusCon-SP, apenas São José dos Campos registrou elevação no emprego (0,63%). As maiores quedas foram em Santos (-1,40%) e Campinas (1,15%).

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