SindusCon-SP: Emprego na construção brasileira caiu 0,10% em fevereiro

Enzo Bertolini

Por Enzo Bertolini

SindusCon-SP: Emprego na construção brasileira caiu 0,10% em fevereiro

O nível de emprego na construção civil brasileira caiu 0,10% em fevereiro na comparação com janeiro. Com a demissão de 2.362 trabalhadores, o estoque de trabalhadores foi de 2.306.199 para 2.303.837. O resultado acumulado dos últimos 12 meses está em -3,95% (-94.827). Na comparação com fevereiro de 2017, o resultado foi negativo em 4,19%.
Ao se desconsiderar os efeitos sazonais*, o emprego registrou queda é de 0,52% em fevereiro na comparação com janeiro (-12.233).
Os dados são da pesquisa realizada pelo SindusCon-SP em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
A queda do nível de emprego em fevereiro, após uma ligeira retomada em janeiro, mostra que o ritmo de atividade da construção segue bastante reduzido, comenta o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto. “Isso mostra a persistência da retração nos investimentos de longo prazo, à espera de melhor previsibilidade em relação às perspectivas políticas e econômicas”, diz.
Segmentação
Em fevereiro, na comparação com janeiro, registraram alta os seguintes segmentos: Engenharia e Arquitetura (0,56%), Obras de acabamento (0,38%) e Incorporação de imóveis ( 0,04%). Na outra ponta, as maiores baixas foram Infraestrutura (-0,38%), Imobiliário (-0,27%), e Obras de instalação (-0,15%).
Em 12 meses, todos os segmentos apresentam queda, sendo as maiores baixas em Imobiliário (-7,04%), Obras de acabamento (-5,41%) e Incorporação de imóveis (-4,42%).
Por regiões
Na comparação com janeiro, registraram alta no emprego em fevereiro as regiões Sul (0,43%) e Centro-Oeste (0,42%). Já o Norte teve queda de -1,90%, seguido pelo Sudeste (-0,19%) e Nordeste (-0,03%).
No Sudeste, as quedas se concentraram no Rio de Janeiro (-1,06%) e em São Paulo (-0,09%). Espírito Santo e Minas Gerais tiveram alta de 0,52% e 0,12%, respectivamente.
Na região Norte, apenas Roraima (1,85%) e Amapá (0,28%) tiveram altas. Os demais estados registraram queda no emprego, sendo as maiores no Pará (-2,92%), Acre (-2,88%) e Tocantins (-2,15%).
No Nordeste, houve crescimento nos postos de trabalho em Alagoas (2,44%), Sergipe (1,47%), Pernambuco (0,28%), Ceará (0,24%), Bahia (0,20%) e Paraíba (0,02%). Na outra ponta, tiveram quedas Rio Grande do Norte (-1,95%), Piauí (-1,76%) e Maranhão (-1,52%).
No Centro-Oeste todos os estados registraram elevação: Mato Grosso do Sul (1,04%), Goiás (0,42%), Distrito Federal (0,31%) e Mato Grosso (0,13%).
Por fim, na região Sul a maior alta foi no Rio Grande do Sul (0,67%), seguido de Santa Catarina (0,48%) e Paraná (0,16%).
Emprego BR - 02.2018
Estado de São Paulo
Em fevereiro houve queda de 0,09% no emprego em relação ao mês anterior. O estoque de trabalhadores foi de 642,4 mil em janeiro para 641,8 em janeiro (-610). Em 12 meses são menos 34.623 trabalhadores no setor (-5,12%). Desconsiderando a sazonalidade**, houve redução de 0,51% (-3.294 mil vagas).
Na comparação fevereiro contra janeiro a maior alta por segmento foi em Preparação de terreno (0,58%) e Incorporação de imóveis (0,36%). Registraram quedas Imobiliário (-0,41%) e Infraestrutura (-0,32%).
Na capital, que responde por 43,50% do total de empregos no setor, houve alteração mínima em fevereiro (-0,01%) em relação ao mês anterior (-22 vagas). Em 12 meses, São Paulo registra retração de 5,50% (-16.251 vagas).
Entre as Regionais do SindusCon-SP apenas Bauru registraram elevação no emprego Santo André (0,56%), Sorocaba (0,38%), Santos (0,15%) e São José do Rio Preto (0,10%). As maiores quedas foram em Presidente Prudente (1%), Campinas (0,97%) e Ribeirão Preto (-0,63%).
Emprego Regionais - 02.2018
*A dessazonalização é um tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que tipicamente acontecem em um mesmo período do ano.
Nota metodológica
Com a publicação da Relação Anual de informações Sociais (RAIS) 2016, a série do emprego da construção passou por sua revisão anual que consiste em consolidar as estatísticas de 2016, de maneira a respeitar o estoque de dezembro daquele ano apresentado por este último relatório de informações sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS-MTE).
A consolidação do estoque de 2016 mostrou, por exemplo, que, no estado de São Paulo, a queda observada no ano pela RAIS foi muito próxima do que vinha indicando o acompanhamento mensal do Caged – pelo cálculo anterior a queda no ano em relação a 2015 havia sido de 10,4%, agora corrigida para 10,7%. O estoque em dezembro de 2016 da atualizada é 2% inferior ao anterior estimado pelo Caged. Essa alteração também afetou os números de 2017: a taxa acumulada no ano passou de -9,9% para -11,1%.

Estoque de trabalhadores na construção – estado de São Paulo

Estoque de trabalhadores na construção - estado de São Paulo
Para a construção no país, as estatísticas da RAIS também ficaram próximas dos números do Caged. A diferença alcançou 3,3% em dezembro de 2016 como se pode observar na tabela seguinte. A taxa acumulada em 2016 passou de -14,5% para -15,3%. Em 2017, a variação acumulada que antes era de -10,5% foi para -12,4%.

Estoque de trabalhadores na construção – Brasil

Estoque de trabalhadores na construção - Brasil

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