SindusCon-SP: Mais de 9 mil trabalhadores da construção perderam emprego em junho em todo o Brasil

Enzo Bertolini

Por Enzo Bertolini

SindusCon-SP: Mais de 9 mil trabalhadores da construção perderam emprego em junho em todo o Brasil

O emprego na construção civil brasileira caiu 0,39% em junho na comparação com maio e chegou ao 33º mês de baixa consecutiva. No período 9.675 pessoas perderam seus empregos, o que diminuiu o estoque de trabalhadores para 2,457 milhões (em outubro de 2014, primeiro mês de variação negativa, o estoque era de 3,57 milhões). Na comparação com junho de 2016, a diferença é de – 11,37%. Desconsiderando os efeitos sazonais*, a queda é de 0,61% em junho (-15.113).
Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
A queda do nível de emprego na indústria da construção pelo 33º mês consecutivo é consequência da retração persistente dos investimentos de longo prazo, na avaliação de José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP. “A crise política continua tirando o apetite dos investidores privados. E os investimentos do setor público seguem em declínio, com a baixa arrecadação motivando novos contingenciamentos nos orçamentos de governo”, comenta.
Para o presidente do SindusCon-SP, continuar a trajetória de redução dos juros, fazer avançar as reformas, racionalizar os gastos públicos e impulsionar as concessões e as parcerias público-privadas poderão reverter este quadro no futuro. “Mas os sucessivos sobressaltos na esfera política dificultam a agilidade e a eficiência destas ações”, lamenta.
Segmentação
Em junho, na comparação com maio, os segmentos que mais apresentaram queda foram Obras de acabamento (-0,85%) e Obras de instalação (-0,82%). Apresentaram alta no mês Infraestrutura (0,64%) e Engenharia e Arquitetura (0,40%).
Em 12 meses, as maiores baixas são Imobiliário (-14,88%), Obras de acabamento (-12,55%) e Preparação de terreno (-11,60%).
Por regiões
Das cinco regiões do Brasil, três registraram queda: Sul (0,85%), Nordeste (-0,46%) e Sudeste (-0,46%). Já as regiões Norte (0,82%) e Centro-Oeste (0,33%) registraram alta.
No Sudeste, as quedas se concentraram em São Paulo (-0,69%), Minas Gerais (0,29%) e Rio de Janeiro (0,10%). O Espírito Santo permaneceu estável.
Na região Norte, houve baixa no emprego em Roraima (-1,12%) e Amapá (-0,04%). Na outra ponta, as maiores altas ocorreram no Acre (4,61%) e no Tocantins (3,53%).
No Nordeste, as maiores quedas foram no Piauí (-2,20%) e Sergipe (-1,92%). Apenas o Maranhão aferiu elevação, 2,26%.
No Centro-Oeste, Mato Grosso e Goiás tiveram alta de 2,13% e 0,72%, respectivamente. Por outro lado, Mato Grosso do Sul registrou baixa de 1,29% e o Distrito Federal -0,56%.
Já no Sul, todos os estados tiveram queda: Paraná (-1,49%), Rio Grande do Sul (-0,56%) e Santa Catarina (-0,32%).
Tabela de emprego por regiões - 06.2017
Estado de São Paulo
Em junho houve queda de 0,69% no emprego em relação ao mês anterior. O estoque de trabalhadores foi de 679,5 mil em maio para 674,8 mil em junho (-4.663). Em 12 meses, são menos 78.375 trabalhadores no setor (-10,40%). Desconsiderando a sazonalidade**, houve redução de 0,58% (-3.938 mil vagas).
Na comparação junho contra maio houve queda nos segmentos Obras de acabamento (-1,68%) e Obras de instalação (-1,46%). Por outro lado, houve alta em Engenharia e Arquitetura (1,57%) e Preparação de terrenos (0,16%).
Na capital, que responde por 43,11% do total de empregos no setor, a queda em junho na comparação com o mês anterior foi de 0,89% (-2.609 vagas). Em 12 meses, São Paulo registra retração de 12,30% (-40.814 vagas).
Entre as Regionais do SindusCon-SP, apenas São José dos Campos registrou elevação no emprego (0,63%). As maiores quedas foram em Santos (-1,40%) e Campinas (1,15%).
Tabela de emprego por regional - 06.2017
*A dessazonalização é um tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que tipicamente acontecem em um mesmo período do ano.

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