Parceria incentiva coleta de resíduos em canteiros de obras em Rio Preto

Ester Mendonça

Por Ester Mendonça

Parceria incentiva coleta de resíduos em canteiros de obras em Rio Preto

Uma parceria que une uma cooperativa de catadores e construtoras está reduzindo o volume de resíduos enviados para aterro e ainda melhorando a renda de muita gente. Rio Preto conta há quase cinco anos com um projeto realizado pela Cooperativa de Coleta Seletiva, Beneficiamento e Transformação de Materiais Recicláveis de São José do Rio Preto (Cooperlagos), focado no recolhimento de resíduos de tijolos, blocos cerâmicos, telhas, plásticos, vidros, papelões, resinas, papeis, tubulações, metais, fios elétricos e outros materiais nos canteiros de obras.A ação, além de proporcionar benefício financeiro, é um bom exemplo de sustentabilidade na construção civil, setor responsável por alavancar a economia, principalmente, em tempos de turbulência financeira.

De acordo com a coordenadora da Cooperlagos, Tereza Marta Pagliotto, a cooperativa teve início em 2003 e conta atualmente com 60 catadores cooperados. Eles vão até os canteiros de obras, separam e recolhem os resíduos. Por mês, só o município gera em média 300 toneladas de resíduos recicláveis, o que equivale a 10 toneladas geradas por dia. Só a construção civil responde por 40 toneladas por mês. Antes da coleta nas obras, um cooperado da Cooperlagos faturava por mês uma média de R$ 800. “Hoje, os cooperados tiram em média R$ 1.150,00”, ressalta Tereza.

A construção civil é uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social do Brasil e lida com o desafio da destinação correta dos resíduos gerados anualmente por meio de inúmeras construções, reformas, reparos e demolições.

Para o diretor da Regional do SindusCon-SP em São José do Rio Preto, Germano Hernandes Filho, apesar de contribuir para o aumento da geração de resíduos, a construção civil incrementa o mercado em várias perspectivas, principalmente relacionadas a coletiva seletiva e reciclagem de resíduos.
Por isso, Hernandes Filho considera louvável toda iniciativa voltada à diminuição do impacto causada pelo setor ao meio ambiente. “Somos interdependentes no nosso segmento, na nossa cidade e também, claro, em todo o planeta. Hoje, a construção civil vive um novo momento de reflexão de seu papel na economia e impacto na sociedade. Precisamos fazer mais com menos, sermos mais produtivos e eficientes gerando obras com qualidade, mas também produzindo a menor quantidade de resíduos e dando seu aproveitamento correto para não impactar o meio ambiente”.
Destinação correta
Segundo a coordenadora da Cooperlagos, o material recolhido é comercializado para empresas certificadas que atendem as legislações de acordo com sua tipologia, como exemplo: material ferroso alumínio, metal, sacos de cimentos e/ou cal, papel, papelão, latas de tintas, plásticos e até canos de PVC. Há várias empresas que permitem e incentivam a coleta em suas obras. Entre elas, estão a MRV Engenharia, Hugo Engenharia, Lupema, Rodobens, Iben Engenharia, Buck Engenharia, Setpar Incorporações e Tarraf Empreendimento.

Ainda de acordo com a coordenadora da cooperativa rio-pretense, essas empresas diminuem o número de caçambas e, consequentemente, reduz o custo da obra em cerca de 30%. “Isso sem contar que amplia o número de inclusão social, gera empregos e renda, diminui a quantidade de resíduos encaminhados para o aterro sanitário e, consequentemente, reduz o impacto ambiental. Além, de claro, minimizar custos para o município na destinação correto desses materiais”, afirma Tereza.

Desde 1999, o SindusCon-SP por meio do seu Comitê de Meio Ambiente (Comasp) vem atuando na questão de resíduos e uma das iniciativas é o manual de “Gestão de Resíduos da Construção Civil – Avanços Institucionais e Melhorias Técnicas” que
trata dos avanços na gestão dos resíduos da construção civil, sobre reúso e reciclagem de resíduos de construção em canteiros de obras e apresenta um estudo sobre indicadores de geração de resíduos.

A Cooperlagos fica na avenida Cenobelino de Barros Serra, 1.392 – Parque Industrial.

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