Reformas serão aprovadas, afirma Zaidan

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Reformas serão aprovadas, afirma Zaidan

O vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, afirmou que os políticos estão escutando o anseio da sociedade em favor das reformas e contra uma anistia aos crimes de caixa 2. “Eles vão atender a sociedade na esperança de que mais adiante consigam atenuar suas responsabilidades na Lava-Jato. As reformas serão aprovadas”, disse em 18 de abril, ao coordenar a Reunião de Conjuntura do SindusCon-SP.
Zaidan preconizou a priorização da reforma política, “a mãe de todas as reformas”, discutindo temas como voto distrital misto e listas partidárias “para sanar a falência de representatividade que inibe reformas como a tributária e a fiscal. Programas econômicos para os próximos governos serão decorrência da reforma política”, acrescentou.
Concordando, a coordenadora de Projetos da Construção da Fundação Getulio Vargas/Ibre, Ana Maria Castelo, afirmou que “a imobilidade da atividade econômica assusta. Precisamos sentar e discutir a reforma política, pois investir em infraestrutura no clima atual fica difícil.”
Em sua apresentação, Ana Maria afirmou que possivelmente será revista a previsão de que a indústria da construção cresceria 0,5% neste ano. “Este prognóstico estava assentado na volta das contratações do Programa Minha Casa, Minha Vida e na retomada de obras de infraestrutura. Mas com o contingenciamento dos recursos do Orçamento, as contratações de 170 mil unidades habitacionais da faixa 1 do programa e as obras do PAC certamente serão afetadas. Juntando isso à persistência da crise na construção imobiliária, o produto do setor poderá até cair neste ano”, observou.
Ao analisar os dados do emprego, a economista mostrou que as sucessivas quedas dos últimos meses, se persistirem, levarão a uma queda acumulada do indicador de 12,6% em 2017. “Chegaríamos em dezembro ao patamar de 2,16 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor, retrocedendo assim ao nível de emprego de 2008.”
Já o economista da FGV Robson Gonçalves observou que, embora não haja indício de recuperação da atividade da construção civil, o fato de a Sondagem da Construção ter demonstrado a diminuição do pessimismo entre os empresários pode ser atribuído a dois fatores: a estabilização do cenário econômico, com redução da inflação, iniciativas de ajuste fiscal e estabilidade cambial, e o conformismo dos agentes econômicos de que “pior não fica”.
Em sua análise, ante o “esfacelamento da República” decorrente da Operação Lava-Jato, o clima da sucessão será antecipado, abrindo-se espaço para lideranças emergentes. “Aí também há vários riscos, por exemplo, não basta ser um bom gestor, é preciso saber administrar a política”, alertou.
Gonçalves comentou que o crescimento de 1,31% do IBC-BR, em fevereiro, ainda não denota recuperação econômica, pois este indicador teve sua metodologia alterada.

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