Construcarta Nível de Atividades – Construção começa a se movimentar

Sondagem da Construção da FGV realizada em setembro acusou a quarta melhora consecutiva da Confiança (ICST) do empresário da construção. A alta da confiança decorreu da melhora dos dois componentes, o Indicador de Situação Atual (ISA) e o de Expectativas (IE).
A alta do ICST observada no mês mostrou-se mais disseminada entre os segmentos. Além disso, vale destacar a sexta elevação consecutiva do Índice de Confiança do segmento de Preparação de terrenos, um segmento com participação pequena na atividade, mas que representa uma sinalização de início de novas obras.
A sondagem realizada com cerca de 700 empresas de todo o país mostrou também que a percepção dos empresários em relação à atividade melhorou significativamente desde dezembro – cresceu 24 pontos, superando a queda registrada desde o início de 2015.
Com o aumento da atividade, seria de esperar um impacto importante no mercado de trabalho. No entanto, as empresas ainda acusam um Nível de Utilização de sua Capacidade (NUCI) muito baixo. Nos últimos três meses, o NUCI mão de obra também aumentou, sugerindo que o efeito da melhora da atividade tem levado a uma melhor utilização da mão de obra das empresas. De todo modo, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho) registrou em julho e agosto os primeiros saldos positivos da construção, observados depois de 33 meses de queda no estoque de trabalhadores.
A melhora da confiança e os números positivos do emprego reforçam a percepção de que finalmente o setor consolidou um movimento de retomada. Mas ainda é preciso cautela em relação a essa expectativa. No que diz respeito ao Indicador de Situação Atual, vale notar que ele apenas retornou ao patamar de do início de 2016.
De fato, os sinais dados pela sondagem são de que o pior ficou para trás e há uma clara movimentação da atividade em vários segmentos.
No mercado imobiliário, já se começa a observar melhora nas vendas e no ritmo de concessão do crédito. Em agosto, houve crescimento do número de unidades financiadas em relação a agosto de 2016. Foi a primeira alta nessa comparação desde abril de 2015.
As vendas de imóveis também registraram alta nos últimos 12 meses finalizados em julho, de acordo com a Abrainc. Embora deve se observar que os distratos seguem elevados e a melhora tem sido observada apenas para os imóveis do Programa Minha casa Minha Vida.
É importante lembrar que ainda persistem muitas incertezas no cenário doméstico que dificultam a tomada de decisões de mais longo prazo. A dificuldade fiscal certamente continuará a comprometer os investimentos públicos em um horizonte grande de tempo: a proposta orçamentária da União para 2018 praticamente zerou a rubrica investimentos. O programa de concessões (PPI) é o que gera a maior expectativa de atividade à frente, embora tenha avançado lentamente.
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