ConstruCarta Nível de Atividades: Investimento não segue melhora do consumo

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

ConstruCarta Nível de Atividades: Investimento não segue melhora do consumo

Muito lentamente, alguns indicadores de atividade mostram melhora. Na verdade, são os indicadores de consumo que apresentam resultados favoráveis. Especialmente o comércio varejista vem registrando alta nas vendas nos últimos três meses.
O volume de vendas do comércio ampliado, que inclui as vendas de materiais de construção, já tem resultado ligeiramente positivo (0,3%) no semestre na comparação com o mesmo período do ano passado.
O comércio tem sido favorecido pela queda da inflação e pelos recursos das contas inativas do FGTS. As vendas de materiais de construção também se beneficiaram dessa mesma conjuntura: o volume de vendas do comércio de materiais fechou o semestre com crescimento de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
No entanto, a existência de estoques ainda elevados nas lojas não tem permitido que a indústria de materiais registre melhora equivalente. Assim, há uma discrepância grande com os dados da indústria de materiais, que acumula retração de 6,8% no mesmo período.
O desempenho positivo das vendas resgata novamente o discurso de impulsionar o crescimento por meio do consumo e não do investimento. A capacidade ociosa ainda muito alta da indústria e grandes incertezas têm postergado as decisões de expansão das empresas. O investimento em construção também não tem reagido.
Por conta disso, o governo determinou a liberação do PIS/Pasep para idosos, que deve impulsionar também o consumo. Mas assim como no caso do FGTS, os recursos do PIS/PASEP terão efeito localizado, incapaz de dar uma sustentação à melhora.
Em geral, o aumento do investimento estimula o setor da construção, considerado o elo principal da cadeia produtiva, que determina a demanda do comércio e da indústria e cria um ciclo positivo para a economia.
No entanto, os sinais são desanimadores. As empresas da construção fecharam o semestre com queda no emprego de 13% em relação ao mesmo período de 2016.
Vale notar que a Sondagem da Construção da FGV realizada em agosto mostrou que pelo terceiro mês consecutivo, houve aumento da confiança do setor. A percepção em relação à situação corrente dos negócios está menos pessimista, mas desde o final do ano passado avançou muito lentamente e não se vislumbra melhora sistemática em nenhum segmento da construção.
Embora as expectativas empresariais estejam em patamar superior ao do mesmo período do ano passado, elas ainda não se traduziram em um ciclo de negócios. A demanda continua sendo o maior problema das empresas da construção. Ou seja, ainda não se tem a indicação de um novo ciclo virtuoso de investimento alimentando a retomada.
E com o mercado de trabalho ainda muito deprimido, não é possível esperar que o consumo possa ser a força de um novo ciclo.
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