Construcarta Preços: Inflação oficial permanece abaixo da meta

Enzo Bertolini

Por Enzo Bertolini

Construcarta Preços: Inflação oficial permanece abaixo da meta

O IPCA, índice oficial do regime de metas do Banco Central, teve alta de 0,16% em setembro contra 0,19% no mês anterior. Em setembro do ano passado, a variação do índice foi de 0,08%.
Com esse resultado, a alta acumulada em doze meses passou de 2,46% em agosto para 2,54% em setembro. Apesar dessa pequena oscilação, o IPCA permanece não apenas distante do centro da meta (4,5%), mas abaixo do limite inferior do intervalo de tolerância do Bacen (3%).
Esse resultado reforça as expectativas de curto prazo relativas à baixa da taxa Selic. Afinal, o limite de 3% (1,5 ponto percentual abaixo do centro da meta) é um sinalizador de excesso de rigor da política monetária. Em outros termos, pela lógica do regime de metas, sempre que a inflação se aproxima desse nível extremo, abre-se espaço para a redução da taxa de juros básica por conta da ausência de pressões de demanda.
Em setembro, os preços dos alimentos tiveram o quinto mês consecutivo de queda – a deflação foi de 0,41%. Esse é um dos fatores mais relevantes no atual ciclo de rápida redução da inflação. O grupo habitação também teve variação negativa (-0,12%). Essas duas influências foram ainda mais fortes no caso do INPC, cuja referência são as famílias com renda de até cinco salários mínimos (o parâmetro do IPCA é o padrão de consumo das famílias com renda até quarenta salários mínimos). Por conta disso, o INPC registrou deflação em setembro, com variação de -0,02%, a menor para o mês desde 1998. No acumulado em doze meses, a variação do INPC passou de 1,73% em agosto para 1,63% em setembro.
Dois aspectos merecem destaque frente ao comportamento recente da inflação. Em primeiro lugar, os níveis extremamente baixos (para os padrões históricos brasileiros) estão sendo mantidos apesar da recuperação progressiva das vendas no varejo. Para isso, têm contribuído fatores do lado da oferta: a boa safra de alimentos e os altos níveis de ociosidade das empresas. Em paralelo, a grande estabilidade da taxa de câmbio também não está impondo pressões de custos pelo lado dos bens transacionáveis. Uma exceção relevante refere-se ao gás de cozinha, cujos preços no mercado interno têm subido em linha com o mercado internacional, ainda afetado pelos problemas climáticos recentes no Golfo do México.
Esse comportamento do câmbio, dos produtos agrícolas e dos bens transacionáveis também explica a trajetória do IGP-M, que em setembro teve alta de 0,47%. No acumulado em doze meses, o indicador registra deflação de 1,45%, puxada sobretudo por seu maior componente, o IPA, responsável por 60% da composição do IGP. No acumulado em doze meses até setembro, a variação do IPA foi de -3,87%. No mês de setembro, a variação do IPA foi de 0,74%. Já o IPC, que contribui com 30% da composição do IGP mantém-se em linha com os demais índices de varejo. Em setembro, a variação do indicador foi de -0,09%, também muito influenciada pelos alimentos. No acumulado em doze meses, a alta do IPC foi de 2,9% até setembro.
Por sua vez, o INCC-M desacelerou passando de 0,40% em agosto para 0,14%, acumulando em 12 meses aumento de 4,13%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços teve elevação de 0,37% e registra variação em 12 meses de 1,71%. O componente Mão de Obra registrou variação de -0,04%. Em 12 meses, a taxa de variação da mão de obra alcança 6,17%.
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