LAB Técnico debate desafios da construção metálica com a Gerdau

Os desafios para uma maior utilização da construção metálica no Brasil foram debatidos em LAB Técnico com a Gerdau, realizado na reunião do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do SindusCon-SP, em 13 de setembro. A reunião foi conduzida pelo coordenador do comitê, Renato Genioli.
Segundo o gerente Técnico de Marketing da Gerdau, Cleber José Pereira Junior, a adoção das estruturas metálicas traz diversas vantagens, como menor prazo de execução, fabricação em paralelo com a execução das fundações, liberdade no projeto para inserção de itens de sustentabilidade, flexibilidade para a instalação de equipamentos, garantia de qualidade com montagem por mão de obra qualificada e maior precisão das dimensões.
Graças às vantagens da estrutura metálica, ela é utilizada em 70% das edificações no Reino Unido e em 50% dos empreendimentos nos Estados Unidos. No Brasil, o desafio é elevar o percentual dessa utilização, atualmente em 2%, informou Pereira.
“Temos uma oportunidade muito grande no país para que a industrialização da obra se intensifique, com a adoção crescente das estruturas metálicas”, afirmou.
De acordo com o gerente, a empresa está montando grupos de trabalho para buscar soluções aos diversos fatores que obstaculizam um maior uso das estruturas metálicas no país. Entre estes, listou alguns, levantados pelo engenheiro e ex-integrante do CTQ, Luiz Henrique Ceotto:

• custo mais elevado que o da estrutura de concreto;
• ritmo de obras mais lento, sendo que o cliente paga parte não-financiada durante a construção;
• projetistas sem visão sistêmica sobre obra com estrutura metálica;
• parte das construtoras não sabe lidar com o sistema;
• visão limitada de fornecedores e montadores dessas estruturas;
• falta de diálogo interno na cadeia produtiva sobre o tema;
• falta de compreensão das incorporadoras sobre sistemas construtivos a seco.

A Gerdau também está investindo em fundações e perfis estruturais. Estão em desenvolvimento estacas para a contenção do subsolo.
Os integrantes do CTQ deram diversas sugestões para promover maior uso das estruturas metálicas, tais como trabalho conjunto entre a Gerdau, fabricantes, montadores e clientes; viabilização financeira do pagamento ao longo do período da obra; e mudanças na gestão de projeto e execução, inclusive com utilização de BIM (Modelagem da Informação da Construção).
Sistematização de ensaios
Na reunião, Genioli informou sobre o andamento das ações do Grupo de Trabalho Plano de Controle Tecnológico, formado há um mês. O objetivo é reunir informações sobre ensaios feitos e ensaios que precisarão ser providenciados, procedimentos necessários e preenchimento do Databook, para que as construtoras tenham a seu dispor referências e dados que permitam atender os requisitos da Norma de Desempenho. Desafios como divergência entre testes feitos em campo e simulações também serão debatidos.
No dia seguinte, em reunião realizada no sindicato, foi reativada a Comissão de Estudos que cuidará da revisão de alguns aspectos da Norma de Desempenho, sem contudo alterar seus parâmetros e fundamentos.
Há algumas semanas, também foi reativada a Comissão de Estudos sobre a norma de saídas de emergência, para rever procedimentos em estabelecimentos como boates, em que os ocupantes tenham dificuldades de se evadir em caso de incêndio.
Outro Grupo de Trabalho do CTQ, dedicado a Pós-Obra e Assistência Técnica, está analisando as patologias mais frequentes nas instalações e contará com o apoio da Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência das Instalações (Abrinstal) para a identificação das causas.