Índice IGMI-R Abecip aponta ligeira recuperação nos preços nominais em dezembro

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Índice IGMI-R Abecip aponta ligeira recuperação nos preços nominais em dezembro

O IGMI-R/Abecip teve um ligeiro aumento (0,24%) na passagem do mês de novembro para dezembro em 2017. Este resultado deu sequência à tendência de lenta recuperação nos preços nominais a partir do segundo semestre do ano. Como consequência, a variação acumulada ao longo de 2017, apesar de ainda negativa (-0,60%), foi menos negativa em comparação à verificada em 2016 (-2,26%), como pode ser visto na tabela abaixo.
Índice Abecip
A recessão iniciada no segundo trimestre de 2014 foi uma das mais longas e profundas já verificadas na economia brasileira, tendo terminado apenas no último trimestre de 2016. O maior impacto desta recessão sobre os preços dos imóveis residenciais foi sentido justamente no ano de 2016.
A série história do IGMI-R, iniciada em janeiro de 2014, mostrou que o acumulado ao final deste ano ainda era positivo em termos nominais, ainda que negativo em termos reais quando considerada a evolução dos diferentes índices gerais de preços no período. Já 2015 apresentou variação acumulada negativa em termos nominais, o que em termos reais implicou quedas substanciais, levando-se em conta a grade elevação da inflação no período.
Apesar da queda dos índices de inflação em 2016, os preços nominais dos imóveis acentuaram o ritmo de queda no ano. Nesta perspectiva, o resultado do ano de 2017 mostra uma tendência menos negativa, na medida em que não só o ritmo de queda nos preços nominais caiu com relação a 2016, como apontado acima, mas também a variação dos índices de inflação terminou o ano em patamares historicamente muito baixos.
Em resumo, o passado recente mostra um estancamento da tendência de queda nos preços reais dos imóveis residenciais no país. Esta trajetória não foi perfeitamente homogênea entre as nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R. No caso de Fortaleza em Goiânia, o ajuste parece ter chegado mais tarde com relação às demais capitais.
Contrariamente ao resultado geral, as variações acumuladas em 2015 e 2016 ainda foram positivas (em termos nominais), porém negativas em 2017. Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife apresentaram quedas contínuas nestes últimos três anos, ainda que o ritmo desta queda tenha diminuído em 2017.
Este comportamento dos preços dos imóveis residenciais reflete o desempenho do setor de construção nas contas nacionais, que ainda não começou a acompanhar a recuperação, ainda que lenta, verificada nos demais setores. Esta defasagem é esperada, na medida em que o ambiente geral para os investimentos ainda é marcado pela capacidade ociosa gerada durante a recessão, e pela incerteza relacionada ao impacto do cenário político sobre as reformas necessárias para a redução da percepção de risco relacionado ao quadro fiscal.
Estes fatores ainda devem desempenhar um papel relevante ao longo de 2018, mas alguma contrapartida dos efeitos do ambiente de queda de juros e recomposição do poder de compra e endividamento por parte das famílias deve colaborar para a continuidade da tendência de estabilização dos preços dos imóveis residenciais ao longo do ano.

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